O agro-negócio é responsável por 21% do Produto Interno Bruto (PIB) e 20% dos empregos no país. O Brasil exporta para mais de 200 países e 1,5 biliões de pessoas têm algum alimento no seu prato que é oriundo da agro-pecuária brasileira.
O Brasil é o terceiro maior exportador mundial de produtos agrícolas e o principal produtor e exportador de produtos importantes como, açúcar, café, sumo de laranja, soja em grãos e carnes. Tudo isso aliado a práticas de sustentabilidade e preservação ambiental, seguindo a exigência mundial para que a procura de alimentos seja atendida com o mínimo impacto ambiental e o mais baixo custo.
Na próxima década, a produção de grãos do Brasil deverá aumentar 27%; a de carne bovina, 16%; a de carne suína, 27%, e a de carne de frango crescerá 28%. Os dados constam das Projecções do Agro-negócio, Brasil 2019/20 a 2029/30, actualizado anualmente com base nas informações que abrangem o período de 1994 até Maio deste ano. O estudo é realizado pela Secretaria de Política Agrícola do Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento, pela Secretaria de Inteligência e Relações Estratégicas da Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária (Embrapa) e pelo Departamento de Estatística da Universidade de Brasília (UnB).
O relatório aponta que a agro-pecuária brasileira tem um cenário promissor para os próximos dez anos, apesar da ocorrência da pandemia da Covid-19, que afectou a trajectória da economia nacional ao longo deste ano e atingiu algumas actividades agro-pecuárias, como as das hortaliças, frutas e leite.
Na projecção para a próxima década, o Brasil vai saltar dos actuais 250,9 milhões de toneladas em 2019/20 (de acordo com levantamento da Conab de Maio/2020) para 318,3 milhões de toneladas, um aumento de 27% na produção nacional. Algodão, milho de segunda safra e soja devem continuar a influenciar o crescimento da produção de grãos.
A área semeada de grãos deve expandir de 65,5 milhões de hectares para 76,4 milhões de hectares em 2029/30, aumento de 16,7%. Levando-se em consideração a área total semeada com as lavouras, incluindo grãos, cana de açúcar, cacau, café, laranja, frutas e mandioca, o país deve passar de 77,7 milhões de hectares (2019/20) para 88,2 milhões (2029/30), aumento de 13,5%. A necessidade adicional de áreas pode ser atendida através da substituição de culturas, redução de pastagens e sistema de cultura directa.
Algumas produções, como a mandioca, o café, o arroz, a laranja e o feijão devem perder área, mas a redução será compensada por ganhos de produtividade. As projecções também indicam tendência de redução de área de pastagem nos próximos anos.
A produção brasileira de carnes (bovina, suína e aves), entre 2019/20 e 2029/30, deverá aumentar em 6,7 milhões de toneladas. O volume total das carnes passará dos actuais 28,2 milhões de toneladas para quase 34,9 milhões de toneladas, o que significa um acréscimo de 23,8% na produção de proteína no Brasil, com destaques para as carnes de porco e de frango.
A tendência da pesquisa aponta um salto de 14,1 milhões de toneladas para 18,1 milhões de toneladas de frango para a próxima década. Já a carne suína, passará de 4,1 milhões de toneladas para 5,2 milhões de toneladas, em 10 anos. A previsão da carne bovina é de sair de 9,8 milhões de toneladas para 11,4 milhões de toneladas.
No contexto internacional, o Brasil deve continuar a ser, juntamente com os Estados Unidos, um dos maiores produtores e exportadores de alimentos. Considerado grande fornecedor de alimento com qualidade e com sustentabilidade para o mundo.
Nas carnes, haverá forte pressão do mercado internacional, especialmente de carne bovina e suína, embora o Brasil continue a liderar o mercado internacional do frango.
O Brasil deverá participar com quase 52% das exportações mundiais de soja, 35,3% da carne de frango, 23,2% das exportações de milho, 22,7% do algodão e 9,7% das exportações de carne suína.
Entre os produtos em destaque no aumento das exportações na próxima década estão o açúcar, que passará de 15,98 milhões de toneladas em 2019/20 para 25,23 milhões de toneladas em 2029/30 (aumento de 57,9%) e o algodão, com aumento de 41,6%. A exportação de milho deve passar de 34,5 milhões de toneladas para 44,5 milhões no período, subida de 29,1%.
A carne de frango deverá ter um aumento de 34,3% nas exportações e a carne de porco mais 36,8%. As frutas também têm destaque, com aumento nas exportações de manga (57,6%), melão (47,6%) e maçã (43,4%).
Algumas projecções da agricultura familiar na produção da próxima década podem chegar a 11,4 milhões de toneladas de mandioca, 24,5 milhões de toneladas de café, 745,2 milhões de toneladas de fumo, 2,69 milhões de toneladas de carne de porco, 8,36 milhões de carne de frango, e 20,3 biliões de litros de leite.
Julho de 2020 / MAPA / Brasil
https://www.gov.br/agricultura