A suinicultura brasileira vive um momento ímpar, exportando cada vez mais, batendo recordes em volume produzido e sendo uma grande oportunidade para o consumidor adquirir a carne suína, pois além de ser saudável, tem um dos preços mais acessíveis de proteína animal do mercado.
No ano passado, a partir do final do primeiro trimestre, o preço do suíno começou a baixar e o cenário foi-se agravando até ao final do ano, fazendo com que o produtor perdesse por suíno entregue de 100 quilos, o valor de R$ 110,00 por animal.
Tal situação só tem piorado desde o início de 2022, já que os produtores independentes estão a vender o suíno a R$ 4,50 o kg com o custo de produção na casa dos R$ 8. Isso significa um prejuízo de R$ 350,00 por animal comercializado.
Esta semana tivemos mais uma descida no preço pago ao produtor, alteração que traz uma preocupação muito forte, pois ninguém consegue suportar uma atividade pagando caro para trabalhar. O pior de tudo é não vermos a curto e médio prazo uma solução para este grave problema porque a produção continua em expansão nas explorações.
Para piorar a situação, temos a seca que atingiu alguns Estados do País e também os países nossos vizinhos como a Argentina e o Paraguai. Ela tem deixado inúmeras perdas em culturas como o milho e a soja. Para se ter uma ideia do tamanho do prejuízo, em 2020 comprávamos com 1 kg de suíno 5100 kg de milho. Em 2021 esse volume caiu para 4.070 kg e agora a relação de troca está em 2.540 kg.
Sabemos das dificuldades financeiras que atravessa o país devido a pandemia, onde vários sectores tiveram a ajuda do Governo. Mas para nós, suinicultores, até agora não foi concedido qualquer auxílio. Esperamos que essa realidade mude o quanto antes, caso contrário será uma catástrofe financeira não só para as propriedades que irão parar a produção, mas para economia de inúmeros municípios catarinenses, do Estado e do nosso País.
19 de Janeiro de 2022 /ACCS / Brasil.
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