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Brasil: perspectivas da ABCS para o mercado da suinicultura em 2021

Veja a análise do consultor de mercado da ABCS, Iuri Pinheiro Machado.

5 Fevereiro 2021
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O ano de 2020 foi marcado por recordes históricos de exportações e de preço da carne de porco em todo o Brasil. Já o primeiro trimestre de 2021 apresenta um cenário diferente e menos animador, que segundo o consultor de mercado da ABCS, Iuri Pinheiro Machado, já era esperado em consequência da retirada do auxílio de emergência e da retracção sazonal das exportações no início do ano. Numa reunião realizada no passado dia 29/01, entre as Associações do Sistema ABCS, Machado explicou qual é o cenário económico actual e quais são as perspectivas para a suinicultura nos 3 primeiros meses deste ano, tendo em consideração a subida dos custos de produção e a queda nos preços do suíno vivo.

Segundo o analista, tradicionalmente entre os meses de Janeiro e Março, as exportações para a China caem. “Em Janeiro esperamos exportar um volume entre 56 a 60 mil toneladas para a China. Porém, a queda no volume de exportações ganha um impacto ainda maior no actual cenário, pois junta-se à retirada do auxílio de emergência que estava a injectar milhões de reais na economia, principalmente no mercado alimentar, e é agravado pela segunda onda de COVID-19, pois mesmo com a chegada da vacina, a imunização ainda é insignificante no Brasil e a retoma económica definitiva só irá ocorrer com a vacinação em massa. Além disso, outro factor relevante no mercado interno é o preço elevado da carne bovina, que segundo o consultor passou a ser vista como um artigo de luxo, abrindo uma janela de oportunidade para o consumo de carne de porco devido ao seu custo-benefício.

Iuri alerta que é preciso mais do que nunca investir no consumo interno e no mercado doméstico, pois é o maior destino da produção suinícola brasileira, principalmente em consequência do movimento de aumento na produção que no ano passado indica que deverá passar de 7% em relação a 2019 (números ainda provisórios) e que neste ano deverá girar entre 3,5 e 5%. Além do mercado interno, o consultor chama a atenção para o mercado do Sudeste Asiático, o que inclui o Vietname que, no ano passado, esteve entre os maiores consumidores da carne de porco brasileira. Dados do Rabobank indicam que a China irá reduzir o volume das suas importações de carne de porco devido à recuperação da PSA, tal como os Estados Unidos e a União Europeia tenderão a reduzir as exportações para o gigante asiático. Isto pode significar um equilíbrio e o Brasil deve manter e até aumentar a média das exportações para a China ao longo do ano. Resta conquistar outros grandes mercados importadores como são o caso do Japão, do México e da Coreia do Sul que ainda compram pouca ou quase nenhuma carne de porco ao Brasil.

Quanto ao mercado das matérias-primas, os preços do milho e da soja causam preocupações. “Nos últimos dias houve uma queda no valor do milho, mas a subida continua para níveis históricos. A soja também está com a procura muito elevada no mercado interno e externo. Precisamos acompanhar o clima, o desenvolvimento das campanhas, o dólar, as exportações e, principalmente, a vacinação contra a COVID-19 daqui para a frente” concluiu.

29 de Janeiro de 2021 / ABCS / BRASIL. http://abcs.org.br

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