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Brasil: Perspectivas positivas para a suinicultura na próxima década

Segundo um estudo realizado pela Fiesp, na próxima década, para o agro-negócio brasileiro o cenário é relativamente estável para positivo em alguns casos.

9 Julho 2020
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As crises sanitárias desencadeadas na China têm se reflectido na actividade económica mundial. A pandemia do novo Coronavírus trouxe alterações no mercado nacional e internacional e essa conjuntura tem impulsionado intensas mudanças na produção de alimentos no Brasil, que mesmo no meio da crise tem cumprido o seu papel e garantido o abastecimento normal. Essas transformações levaram a Federação das Indústrias do Estado de São Paulo (Fiesp) e a MB Agro a realizarem um estudo sobre o mercado de alimentos e as projecções quanto aos diversos produtos do agro-negócio para a próxima década. Em relação à carne suína, a pesquisa registou crescimento na produção, na exportação e no consumo.

Segundo o “Outlook Fiesp 2029”, a carne de porco deve apresentar um aumento de 35% na produção em relação a 2018, com 5,1 milhões de toneladas produzidas. A procura interna deve crescer 27%, chegando a 3,9 milhões de toneladas em 2029. Também está prevista a evolução no consumo per capita, saindo de 14,4 kg/hab/ano em 2018, para 17,2 kg/hab/ano em 2029. O mercado externo tem previsão de obter o maior nível de aumento, crescendo 68% em comparação com 2018.

O sector suinícola vem enfrentando, nos últimos dois anos, desafios ligados à produção, devido à Peste Suína Africana, que afectou o efectivo de suínos de diversos países e em 2020, a pandemia do novo Coronavírus trouxe mais alterações no mercado nacional e internacional. Além disso, a guerra comercial entre os EUA e a China acabou por diminuir a competitividade dos produtos americanos, o que abriu espaço para outros competidores. Com isso, o Brasil ganhou mais espaço na exportação de soja, com grande procura por parte dos chineses.

Quanto ao mercado interno, o Outlook Fiesp 2029 mostrou que alguns factores continuarão a influenciar o desempenho do sector agro-pecuário, como: as definições jurídicas sobre o tabelamento dos fretes; a recuperação judicial de produtores pessoas físicas; a Lei Kandir e a continuidade do Convénio ICMS nº 100/1997.

Segundo o estudo, para o agro-negócio brasileiro o cenário é relativamente estável para positivo em alguns casos. De um lado, a baixa taxa de juros implica a valorização dos activos reais, em especial a terra. O ganho patrimonial decorrente da elevação do valor presente da actividade por causa da queda dos juros permite prosseguir o processo de alavancagem para expansão das actividades agrícolas.

A redução dos preços, em reais, dos fretes combinado com a desvalorização do real permitiu que o custo em dólares da logística brasileira caísse significativamente. Esse elemento, em conjunto com os bons resultados operacionais da grande maioria das actividades agrícolas no Brasil, gera um ambiente de capitalização expressivo.

Julho de 2020 / ABCS - Fiesp / Brasil.
http://abcs.org.br/

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