A Agência Europeia do Medicamento (EMA) recomendou que os medicamentos que contenham colistina sejam apenas utilizados como tratamento de segunda linha nos animais e que as suas vendas sejam reduzidas ao mínimo em todos os Estados Membros da União Europeia (UE) para reduzir o risco de resistência aos antibióticos.
A Comissão Europeia solicitou uma actualização do guia da EMA de 2013 em resposta ao facto de ter sido descoberto um novo mecanismo de resistência por parte das bactérias frente à colistina (causada pelo gene MCR-1). Este gene pode-se transferir entre diferentes tipos de bactérias, causando potencialmente um rápido desenvolvimento da resistência. O gene foi identificado pela primeira vez em bactérias (enterobacterias) no sul da China e desde então foi encontrado também na UE e outras regiões.
Medidas para reduzir o risco de resistência devido ao uso veterinário da colistina
No decorrer dos próximos três a quatro anos, todos os Estados Membros devem reduzir o uso de colistina nos animais, pelo menos a um nível objectivo de 5 mg de colistina/ unidade de correcção da população (PCU). O PCU significa o peso estimado do gado e animais abatidos. Se fôr aplicado com êxito, poderá resultar numa redução global de aproximadamente 65% das vendas actuais de colistina para uso veterinário ao nível da UE. Esta diminuição deve ser construída a partir da diminuição das vendas de colistina para uso veterinário já observadas entre 2011 e 2013. São também incentivados os Estados Membros a estabelecer objectivos nacionais mais restritos, com um ideal de menos de 1 mg de colistina /PCU.
No seu conselho, o Grupo de Peritos em Resistência Antimicrobiana (AMEG) sublinhou que a redução das vendas de colistina não deve ser compensada por um aumento de outros agentes antimicrobianos, deve sim ser conseguida através de outras medidas como a melhoria das condições de cria, a biossegurança e a vacinação dos animais.
Além disso, a colistina deve ser reclassificada e ser adicionada à categoria 2 do sistema de classificação AMEG, que inclui medicamentos reservados para o tratamento de infecções em animais para os quais não existem tratamentos alternativos eficazes. Esta categoria inclui certos tipos de antimicrobianos enumerados pela Organização Mundial de Saúde como de importância crítica para a saúde humana. Devido ao risco que representa para a saúde pública pelo seu uso veterinário, estes medicamentos estão sujeitos a restrições específicas.
Quarta-feira, 27 de Julho de 2016/ EMA/ União Europeia.
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