Espera-se que a produção mundial de carne de porco atinja os 105,3 milhões de toneladas em 2020 (-4,0% em relação a 2019), principalmente devido à redução da produção na China, nas Filipinas e no Vietname devido à Peste Suína Africana (PSA). Além disso, a produção também se pode reduzir na União Europeia. Após uma redução de 21% na produção em 2019, prevê-se que a produção de carne de porco da China se contraia 4% em 2020 (38,9 milhões de t), reflectindo uma recuperação do efectivo de suínos do país graças às fortes investimentos dos últimos anos para potenciar a genética suína. Devido aos casos de PSA notificados em javalis e às restricções da exportação, especialmente nos mercados asiáticos, espera-se que a produção de carne de porco da UE se reduza 0,4%, moderada por um aumento no peso de carcaça.
Pelo contrário, prevêem-se aumentos de produção nos Estados Unidos, na Federação Russa, no Brasil, no Canadá e no México. Nos EUA espera-se que o aumento do efectivo de suínos aumente a produção prevista em 1,9%, com uma produção total de 12,8 milhões de t. Na Federação Russa, prevê-se que a produção cresça 6% (4,2 milhões de t), fomentada pelos investimentos em explorações de grande tamanho e pela procura mundial. No Brasil continuam as ajudas do Governo, enquanto que no Canadá, o aumento do abate e do peso de carcaça, juntamente com o aumento da procura mundial de carne importada, favorecerão o crescimento da produção.
Espera-se que as exportações mundiais de carne de porco atinjam os 11,1 milhões de t em 2020, mais 16% que no ano anterior. Prevê-se que a China represente 47% das importações mundiais de carne de porco (+80% que em 2019), com mais de 5 milhões de t. Também irão crescer as importações do Vietname, reflectindo as perdas devido à PSA. Pelo contrário, a Coreia do Sul e o Japão, entre outros, importarão menos devido à redução das vendas na restauração e aos preços elevados praticados pela venda a retalho.
Quanto às exportações, os Estados Unidos, o Brasil e a UE, mas também o Canadá, o México, a Federação Russa e o Chile, cobrirão a procura asiática. Até Outubro, os Estados Unidos quase que triplicaram as exportações para a China (de 303000 para 775000 t). Ainda que os envios para alguns destinos comerciais possam diminuir, as exportações dos Brasil para a Ásia, principalmente para a China e o Vietname, aumentaram, mantendo as exportações do país. Apesar das proibições de importação impostas por vários países à carne de porco alemã, espera-se que a UE termine este ano com um aumento de 6% nas exportações. A abundante disponibilidade de carne e as ajudas governamentais através do Fundo de Emergência estão a ajudar o Canadá a aumentar as exportações. Nos primeiros nove meses do ano, o México exportou 8 vezes mais carne de porco para a China do que no mesmo período do ano passado. Na Federação Russa, a abertura do mercado do Vietname em finais de 2019 ajudou a manter o crescimento das exportações, já que entre Janeiro e Outubro de 2020, 31% das exportações de carne de porco russa foram destinadas ao Vietname. A expansão das exportações do Chile deve-se, principalmente, à abertura do mercado chinês.
Dezembro de 2020/ FAO.
http://www.fao.org/