Os dez principais parasitas de origem alimentar que causam maior preocupação no mundo aparecem numa lista publicada pela FAO e OMS, estão a ser elaboradas novas directrizes para os combater.
Apesar dos enormes custos sociais e do seu impacto em nível global, geralmente há uma falta de informação sobre onde procedem parasitas, como vivem no corpo e, mais importante, como nos provocam mal.
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Num primeiro passo para superar este obstáculo, a Organização das Nações Unidas para Agricultura e Alimentação (FAO) e da Organização Mundial da Saúde (OMS), centraram-se inicialmente nos dez parasitas de origem alimentar com maior impacto a nível mundial. A classificação que aparece hoje no relatório conjunto FAO / OMS "Classificação multicritério para gestão de riscos dos parasitas de origem alimentar" é baseada no dano que estes parasitas produzem, além de outros factores, e inclui informações sobre onde podem ser encontrados.
Os dez principais são:
- Taenia solium (ténia do porco ou ténia armada): Na carne de porco
- Echinococcus granulosus (quisto hidatídico ou ténia equinococo): Nos produtos frescos
- Echinococcus multilocularis (outro tipo de ténia): Nos produtos frescos
- Toxoplasma gondii (protozoários): Na carne de pequenos rumiantes, porco, carne de vaca, carne de caça (carne vermelha e órgãos)
- Cryptosporidium spp.(protozoários): Em produtos frescos, sumo de fruta, leite
- Entamoeba histolytica (protozoários): Nos produtos frescos
- Trichinella spiralis (pork worm): Na carne de porco (provoca a triquinose)
- Opisthorchiidae (fanmília dos vermes planos): Nos peixes de água doce
- Ascaris spp. (lombrigas): Nos produtos frescos
- Trypanosoma cruzi (protozoários): Nos sumos de fruta
E agora?
O Comité do Codex sobre Higiene dos Alimentos está agora a desenvolver novas directrizes para o controlo destes parasitas. A FAO e a OMS apoiam o processo proporcionando informação científica e técnica.
O objectivo é desenvolver novas normas para o comércio mundial de alimentos que ajudem os países a controlar a presença destes parasitas na cadeia alimentar.
O relatório da FAO / OMS enumera uma série de maneiras de reduzir o risco de infecções parasitárias. Aconselha os agricultores a monitorar o uso de fertilizantes orgânicos, garantindo que a compostagem é feita corretamente e toda a matéria fecal é removida. Também é necessário acompanhar de perto a qualidade da água. Para os consumidores, é aconselhável que toda a carne seja bem cozida e apenas água limpa é usada para lavar e preparar legumes.
Parasitas por continente
Biologicamente classificados como protozoários e helmintos (mas mais conhecidos como ténias, vermes achatados ou vermes planos e worms), é difícil saber como estão difundidos os parasitas pelo mundo, porque em muitos países não é obrigatório notificar sobre sua presença às autoridades de saúde .
- Na Europa, mais de 2.500 pessoas são afectadas, por ano por infecções parasitárias transmitidas por alimentos. Em 2011 foram registados na UE 268 casos de triquinose e 781 casos de equinococose.
- Na Ásia, à falta de dados nacionais precisos, sabe-se que as doenças parasitárias estão amplamente difundidas e são reconhecidas como um grave problema de saúde pública em muitos países.
- Na maioria das nações africanas não há dado algum sobre a prevalência dos parasitas transmitidos pelos alimentos nos seres humanos, devido a uma ausência generalizada de sistemas de vigilância.
- Nos Estados Unidos, a neurocisticercose, causada pela Taenia solium (ténia do porco) é a causa infecciosa mais comum de alguns surtos em algumas zonas do país, em que 2 000 pessoas são diagnosticadas por ano com esta doença. A toxoplasmose é, além disso, uma das principais causas de doenças e mortes de origem alimentar.
Terça-feira, 1 de Julho de 2014/ FAO.
http://www.fao.org