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FAO: produção e comércio mundial de carne de porco em 2018

Segundo a FAO, a produção mundial de carne de porco em 2018 registou um crescimento marginal e as exportações mundiais aumentaram 1,6% em relação ao ano anterior.

23 Abril 2019
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Produção de carne

Segundo a "Revisão do mercado de carnes da FAO: Resumo da evolução do mercado mundial de carnes em 2018", a produção mundial de carne de porco em 2018 é estimada em 120,5 milhões de toneladas, registando crescimento marginal de 0,6% em relação a 2017.

  • Na China, a contracção da produção de porcos não foi completamente imprevista dado o início da Peste Suína Africana (PSA), que no final de Dezembro já tinha causado o abate de 950.000 suínos. O sector estava em vias de recuperação até o início da propagação da PSA, embora já houvesse preocupação com o aumento dos custos de alimentação em função do aumento dos preços da soja, devido à maior procura por parte da produção de rações e da disputa comercial que levou a tarifas mais altas para a soja importada dos Estados Unidos da América.
  • No Brasil, a produção de porcos foi aproximadamente 3% menor que em 2017. No início do ano, a produção sofreu com a perda de procura por importações após a descoberta de fraudes nos controlos de produtos cárneos, conhecidos como "Operação Carne Fraca". Posteriormente, a greve dos transportadores interrompeu o fornecimento de alimentos em diversas regiões do Brasil e o transporte de animais e carne para os mercados. Além disso, os preços do milho aumentaram em mais de 50%, enquanto os preços no produtor caíram, o que minou ainda mais os incentivos para os produtores.
  • Estima-se que a produção de carne de porco do Vietname tenha diminuído 2,4% em 2018, como resultado da instabilidade do mercado nos últimos anos. Após vários anos de expansão da produção, houve uma situação de excesso de oferta, que fez cair os preços da carne de porco em 2017, o que ocasionou perda de rendimento para os suinocultores. Em resposta, os produtores reduziram o efectivo. No entanto, em 2018, após as advertências do surto de Peste Suína Africana na União Europeia, o governo suspendeu as importações, elevando os preços de mercado em quase 200% em meados de 2018, em comparação com o mesmo período de 2017.
  • Na Ucrânia, a produção de porcos diminuiu pelo terceiro ano consecutivo, devido a uma série de factores: a redução do efectivo de reprodutoras, a propagação da PSA, a redução na procura por parte dos consumidores devido ao baixo poder de compra, a redução da ajuda governamental e a perda de mercados estrangeiros.

Pelo contrário,

  • Na União Europeia, após uma contracção em 2017, a produção de porcos recuperou 2,5%, para 24,3 milhões de toneladas em 2018, apoiada por preços domésticos favoráveis que levaram a um aumento na população de porcos. No entanto, desde meados de 2018, os preços começaram a enfraquecer devido à redução dos pedidos de importação.
  • Estima-se que a produção de carne de porco nos Estados Unidos tenha aumentado 2,9% para quase 12 milhões de toneladas em 2018. O aumento no número de abates deve-se a um maior stock estimado em 75,5 milhões de porcos a 1 de Setembro, o maior censo registado desde 2009.
  • Na Federação Russa, a produção de porcos está estimada em 3,8 milhões de toneladas em 2018, quase 8% a mais que em 2017, confirmando o crescimento constante do sector nos últimos anos. O aumento na contribuição de explorações de grande porte que estão bem integradas com outras actividades agrícolas, incluindo a produção de milho, foi um factor importante.

Exportações de carne de porco

As exportações mundiais de carne de porco estão estimadas em 8,4 milhões de toneladas em 2018, um aumento anual de 1,6%. Isto foi resultado do aumento das exportações dos Estados Unidos, da União Europeia, do Chile e do México, parcialmente compensados por contracções nas exportações do Brasil, Canadá e Vietname. Grande parte do comércio ampliado deve-se ao aumento das compras da República da Coreia, México, Colômbia e Filipinas.

  • A expansão das exportações de carne de porco dos Estados Unidos foi o resultado de abundantes disponibilidades de exportação, preços competitivos e estabilidade contínua das importações do México e do Japão, bem como o aumento das vendas para a República da Coreia e Colômbia, que compensou as vendas reduzidas para a China, entre outros.
  • As exportações de carne de porco da União Europeia aumentaram, parcialmente recuperando-se de uma queda nas exportações em 2017 (-8,4%), como resultado da resiliência do sector, equilibrando a forte restrição das importações da China com a expansão das exportações para destinos alternativos, incluindo o Japão, a República da Coreia, os Estados Unidos e as Filipinas.
  • As exportações de carne de porco do Chile e do México, embora tenham ficado abaixo de 200.000 toneladas, expandiram-se significativamente em 2018, com maior acesso ao mercado na China, Japão, República da Coreia, Federação Russa e Estados Unidos.

Pelo contrário,

  • As exportações de carne de porco do Brasil caíram quase 6%. Após a proibição imposta pela Federação Russa, as exportações do Brasil para esse país diminuíram de 325.000 em 2017 para aproximadamente 8.600 toneladas em 2018, uma queda de 97%. No entanto, isso foi compensado pelo aumento das exportações para destinos alternativos, em particular para a China, Singapura, Argentina, Uruguai e Chile.
  • As exportações de carne de porco do Canadá diminuíram ligeiramente, como resultado da redução das exportações para os Estados Unidos e a China. A queda nas vendas de carne suína para o Vietname deveu-se à redução na produção de carne de porco.

Importações de carne de porco

As importações mundiais de carne de porco em 2018 foram dominadas pela China, Japão, México, República da Coreia e Estados Unidos, que juntos representaram 70% das exportações mundiais.

  • Embora continue a ser o maior importador de carne de porco do mundo, as importações chinesas diminuíram 8,5%, o que reduziu ainda mais as importações a partir do ponto máximo, em 2016.
  • As importações do Japão mantiveram-se estáveis, ao mesmo nível que em 2017.
  • Na República da Coreia, a popularidade da carne de porco continuou a impulsionar o aumento das importações, principalmente dos Estados Unidos, da União Europeia e do Canadá.
  • As importações da Federação Russa diminuíram até 72%, principalmente como resultado das restrições impostas às importações de carne e ao aumento da produção doméstica.

Abril 2019/ FAO.
http://www.fao.org

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