Previsões para os mercados de oleaginosas
Espera-se que a produção de soja aumente 1,1% ao ano durante o período da previsão. O aumento da área colhida, incluindo o aumento da dupla colheita na América Latina, representa cerca de um quarto do crescimento da produção mundial. A produção de soja deve chegar a 411 milhões de toneladas até 2030. Espera-se que o Brasil seja o maior produtor mundial, com uma produção nacional estimada em 149 milhões de toneladas até 2030, baseada em melhores rendimentos e maior intensidade de cultivo através da dupla rotação anual de culturas de soja com milho. Espera-se que os Estados Unidos produzam 123 milhões de t. Espera-se que esses dois países respondam por cerca de dois terços da produção mundial de soja e mais de 80% das exportações mundiais de soja.
Está estimado que a produção de outras oleaginosas cresça 1,3% anual durante a próxima década, o que implica um crescimento mais lento em relação aos últimos dez anos. Os incentivos para o crescimento da produção serão limitados pelo estancamento da procura de óleo de colza como matéria-prima na produção de biodiesel na Europa e pela crescente competição dos cereais por áreas cultiváveis limitadas na China e na União Europeia.
Em comparação com a última década, espera-se que o aumento no uso de farinhas proteicas (1,2% contra 3,8% ao ano) seja limitado pelo crescimento mais lento na produção global de carne de porco e de aves. Espera-se que o aumento da procura na China diminua consideravelmente (1,2% contra 5,7% ao ano), impulsionado por uma maior eficiência alimentar e pelos esforços para incorporar uma proporção menor de farinhas proteicas na alimentação animal. No entanto, espera-se que a China seja responsável por cerca de um quarto do crescimento da procura mundial por farinhas proteicas. Na União Europeia, o segundo maior consumidor de farinhas de proteína, o consumo deve diminuir à medida que o crescimento da produção animal diminui e outras fontes de proteína são cada vez mais usadas em misturas de rações.
Espera-se que o crescimento das exportações mundiais de soja, dominadas pelas Américas, se reduza consideravelmente durante a próxima década devido a um menor crescimento previsto das importações de soja por parte da China.
Previsões para os mercados de cereais
Nos próximos dez anos, uma parcela maior da produção mundial de cereais virá do crescimento da produtividade, já que o aumento da área plantada deve ser mais limitado. Globalmente, o crescimento médio da produção de cereais é projectado em cerca de 1% ao ano. Ao longo da próxima década, estima-se que a produção de cereais aumente em 336 milhões de toneladas, reflectindo o progresso feito principalmente nos principais países produtores de cereais.
Mais de 50% do aumento da produção mundial de trigo virá da Índia, Rússia e Ucrânia. No caso do milho, os Estados Unidos, China e Brasil responderão por mais da metade do aumento de produção previsto. Para outros cereais (cevada, aveia, centeio, sorgo, painço e outros grãos), espera-se que a Rússia, Ucrânia, Etiópia e Índia sejam os principais produtores a aumentar sua produção.
A médio prazo, o crescimento da procura por cereais deve ser moderado em relação à década anterior por três motivos. Primeiro, uma desaceleração na procura por alimentos é antecipada, segundo, a estabilização da procura de cereais para biocombustíveis e outros usos industriais na próxima década e terceiro, o consumo humano directo per capita da maioria dos cereais atingiu níveis de saturação em muitos países.
Prevê-se que o comércio mundial de cereais aumente em 21%, alcançando 542 milhões de t para 2030. A Rússia superou a União Europeia em 2016 para se converter no maior exportador de trigo e espera-se que aumente a sua liderança durante o periodo das perspectivas, representando 22% das exportações mundiais en 2030. Quanto ao milho, os Estados Unidos vão continuar a ser o principal exportador, seguido do Brasil, Ucrânia, Argentina e Rússia. Está previsto que a União Europeia, Austrália e a região do Mar Negro continuem a ser os principais exportadores de outros cereais secundários.
5 de Julho de 2021/ FAO.
http://www.fao.org/