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A OMS publica um guia para prevenir a propagação da resistência antimicrobiana

O abuso e o uso indevido de antibióticos em animais e em humanos estão a contribuir para o aumento da ameaça que representa a resistência aos antimicrobianos.

10 Novembro 2017
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A Organização Mundial de Saúde (OMS) recomenda que as actividades de agro-pecuária, piscícola e alimentar deixem de utilizar sistematicamente antibióticos para estimular o crescimento e prevenir doenças em animais saudáveis.

As novas recomendações da OMS têm como finalidade preservar a eficácia dos antibióticos importantes para a medicina humana reduzindo o seu uso desnecessário nos animais. Nalguns países, aproximadamente 80% do consumo total de antibióticos de importância médica dá-se no sector animal, principalmente para estimular o crescimento em animais saudáveis.

O abuso e o uso indevido de antibióticos em animais e em humanos estão a contribuir para o aumento da ameaça que representa a resistência aos antimicrobianos. Alguns tipos de bactérias causadoras de infecções humanas graves já são resistentes à maioria ou à totalidade dos tratamentos disponíveis, e há muito poucas alternativas prometedoras em fase de investigação.

Numa revisão sistemática publicada no The Lancet Planetary Health conclui-se que as intervenções que restringem o uso de antibióticos em animais destinados à produção de alimentos reduzem as bactérias resistentes aos antibióticos nestes animais até 39%. Esta investigação serviu de base, directamente, para produzir as novas directrizes da OMS.

A OMS recomenda firmemente uma redução geral do uso de todas as classes de antibióticos de importância médica nos animais destinados à produção de alimentos, incluindo a restrição completa destes fármacos para estimular o crescimento e prevenir doenças sem diagnóstico prévio. Só se deverá administrar antibióticos a animais saudáveis para prevenir uma doença se esta foi diagnosticada noutros animais do mesmo efectivo ou da mesma população de peixes.

Sempre que seja possível, devem-se realizar análises aos animais doentes para determinar o antibiótico mais eficaz para tratar, de maneira prudente, a sua infecção específica. Os antibióticos utilizados em animais deverão eleger-se de entre os que, de acordo com a OMS, são «de menor importância» para a saúde humana, e não de entre os classificados como «de importância crítica e de máxima prioridade». Estes antibióticos costumam ser o tratamento de último recurso ou fazem parte de uma série limitada de tratamentos dos que se dispõe para tratar infecções bacterianas graves em humanos.

Muitos países já adoptaram medidas para reduzir o uso de antibióticos em animais destinados à produção de alimentos. Por exemplo, em 2006 a União Europeia proibiu o uso de antibióticos para estimular o crescimento. Os consumidores também estão a impulsionar a procura de carne produzida sem o uso sistemático de antibióticos, pelo que algumas importantes cadeias alimentares estão a adoptar a política de «ausência de antibióticos» para a compra de carne.

Terça-Feira, 7 de Novembro de 2017/ WHO.
http://www.who.int/

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