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Brasil: Pesquisa mostra como as fileiras do frango e do suínos sofrem os efeitos da pandemia

Um dos principais efeitos registados foi a queda da procura no mercado interno, sobretudo pela redução do rendimento do consumidor e pelo encerramento de restaurantes, escolas, bares e actividades de turismo.

28 Maio 2020
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Redução da procura interna, dos preços e dos custos de produção, manutenção das actividades produtivas e expansão das exportações. Esses foram alguns dos impactos observados em virtude da pandemia de Covid-19 nas cadeias produtivas do frango, dos ovos e dos suínos. Resultaram de um estudo realizado pela Embrapa Suínos e Aves junto do sector produtivo.

Um dos principais efeitos registados foi a queda da demanda no mercado interno, sobretudo pela redução da renda do consumidor e pelo fechamento de restaurantes, escolas, bares e actividades de turismo. O dinamismo do consumo ficou praticamente restrito aos supermercados, de acordo com o investigador Franco Muller Martins, um dos autores do estudo. “Até ao final do primeiro quadrimestre a produção não parou, ou seja, não sofreu rupturas como outros sectores. Mesmo com o aumento das exportações verificados até ao momento, o país terá que procurar exportar ainda maiores excedentes de produção”, revela o cientista.

De acordo com o investigador Dirceu Talamini, outro autor do estudo, os custos de produção já estavam em patamares elevados no início de 2020, especialmente pela desvalorização do câmbio, mas tendem a se equilibrar abaixo dos valores do primeiro quadrimestre. O destaque, segundo ele, é para o preço do milho, um dos principais factores de produção dessas cadeias produtivas, que perdeu competitividade na produção de etanol em função do preço do petróleo.

“O cenário de curto e médio prazo ainda é de muita incerteza, especialmente no que diz respeito à procura e avanço da doença. O optimismo da cadeia produtiva de proteína animal está no longo prazo, vislumbrando um esforço maior para aumentar as exportações e adequar o consumo interno, bem como evitar rupturas na logística de fornecimento, abate e distribuição”, detalha o investigador Marcelo Miele, também autor do trabalho.

O estudo foi realizado entre 20 e 30 de Abril, através de entrevistas estruturadas junto a actores-chave das cadeias produtivas do frango, dos ovos e dos suínos. Foram ouvidos líderes e membros de associações de produtores e de associações da agro-indústria de todas as regiões do País. O estudo teve como foco a procura de informações qualitativas e prospectivas para subsidiar a gestão estratégica da Embrapa e do Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento (Mapa).

21 de Maio de 2020/ Embrapa /Brasil
https://www.embrapa.br/

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