No fim do ano passado, os suinicultores portugueses criaram o Gabinete de Crise e realizaram várias acções de protesto com o objectivo de pedir medidas que evitassem o colapso do sector, sendo uma das principais reivindicações o aumento do preço da carne de porco pago aos produtores, que no início de 2016 rondava os 1,05 euros por quilo. Actualmente o quilo da carne já é vendido em média a 1,65 a 1,70 euros.
"A carne, qualidade já tem, mas é preciso elevar da qualidade para a excelência. Queremos que o suinicultor pense que o caminho é a diferenciação porque queremos que, quando uma pessoa prove aquela carne de porco, se sinta guloso pela palatabilidade e que, amanhã, lhe apeteça outra vez", disse à Lusa João Correia, porta-voz do Gabinete de Crise dos Suinicultores, no decorrer de uma acção de promoção da carne de suíno portuguesa, junto à Gare do Oriente.
Os suinicultores vão criar a marca Porco.PT para atribuir à carne de porco feita em Portugal (que produz cerca de 55% da carne de porco que consome). A carne deve cumprir padrões de excelência e o produto deverá chegar às prateleiras dos supermercados no início do próximo ano.
Segundo João Correia, já foi criado um caderno de encargos que tem de ser cumprido pelos produtores que queiram vir a aceder ao selo de qualidade Porco.PT e cujas medidas cobrem toda a fileira da carne de porco, incluindo fabricação da ração, transporte de animais, produção dos animais, unidades de abate, salas de desmancha até à distribuição e às unidades de venda, sendo que esta medida é semelhante a uma que foi tomada na Suécia.
Sábado, 24 de Setembro de 2016 / Jornal de Negócios/ Portugal / http://www.jornaldenegocios.pt/