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De acordo com as informações do ICEX, baseadas num novo relatório publicado pela FAO em conjunto com a OCDE, calcula que mais de metade do crescimento (17% de crescimento previsto) da produção agro-pecuária e pesqueira para a região da América Latina para os próximos 10 anos, será proveniente do sector pecuário, que fornecerá 39% de esse aumento e da expansão de 8% da produção pesqueira.
O documento "Perspectivas agrícolas OCDE-FAO 2018-2027" prognostica que a área total de produção na região crescerá 1,8% por ano até 2027 e que cerca de 60% desse aumento se deverá às melhorias no rendimento, que terá um grande impulso médio de 11%, fundamentalmente nos sectores dos cereais e das oleaginosas.
O uso total da terra agrícola na região aumentará em cerca de 11 milhões de hectares e será a cultura de soja a responsável por boa parte desse crescimento. Este será influenciado pela procura interna de farinha de proteína e, sobretudo, pela crescente procura mundial deste produto. Se bem que cerca da metade dessa produção seja destinada à exportação, principalmente para a China, cerca de 54% do total será processado na região.
Também se espera que a procura chinesa vá diminuindo nos próximos anos, o que terá repercussões importantes entre os principais fornecedores como o Brasil. Não obstante, esta república sul-americana manterá um papel fundamental entre os principais fornecedores mundiais de alimentos, juntamente com a Rússia, a China, a Índia, a Europa Ocidental e os Estados Unidos.
O estudo da FAO e da OCDE também prevê uma desaceleração no crescimento global da procura de produtos básicos agrícolas e de alimentos, ao mesmo tempo que antecipa que se vai continuar a produzir melhorias continuas na produtividade do sector. Um dos resultados mais evidentes desta evolução é que os preços dos principais produtos agrícolas continuarão baixos na próxima década.
Carne, lácteos e peixe
A produção de carne na América Latina irá crescer 19% durante esse período para satisfazer o forte crescimento da procura mundial e local. Contudo, e apesar de que o consumo doméstico aumentará cerca de 17% até 2027, a produção regional irá orientar-se cada vez mais para a exportação. As vendas de carne ao exterior crescerão cerca de 3 milhões de toneladas, o que representará um crescimento quatro vezes maior à registada nos últimos 10 anos e na que três quartos da mesma está consubstanciada nas boas perspectivas previstas para Brasil.
O consumo total de produtos lácteos na América Latina aumentará cerca de 18% no período analisado e a maior parte da produção será destinada a satisfazer os mercados locais. Serão os de tipo fresco os que terão um maior impulso, o que também fará diminuir o crescimento da produção regional de manteiga, queijo e leite em pó.
La região latino-americana irá manter-se como o segundo maior produtor mundial de aquacultura, depois da Ásia, graças à expansão do sector no Brasil e no Chile. Este aumento poderá superar os 43% e focar-se cada vez mais em satisfazer a procura regional de peixe no futuro, no qual a China reduzirá fortemente as suas exportações de produtos marinhos.
Segunda-Feira, 9 de Maio de 2018/ ICEX/ Espanha.
https://www.icex.es
