Tida em conta a gravidade da situação perante a ausência de uma vacina contra a doença e a pedido dos seus Países Membros que a mandataram, a OIE lança uma iniciativa mundial para o controlo da PSA utilizando o mecanismo do GF-TADs (âmbito mundial para o controlo das doenças animais transfronteriças) com vista a desenvolver, melhorar e harmonizar as associações e a coordenação a nível nacional, regional e mundial. O objectivo é controlar a doença, reforçar a prevenção e a preparação dos países, bem como minimizar os efeitos nefastos na sanidade animal, no seu bem-estar e no comércio internacional.
Iniciado em 2004 pela OIE e pela FAO, o GF-TADs procura prevenir, detectar e controlar as doenças animais transfronteiriças e ter em conta, sobretudo, as suas dimensões regionais. Desta maneira, já se formaram grupos regionais de peritos sobre a PSA sob os auspícios desta plataforma na Europa em 2014 e, em 2019, está a suceder o mesmo na Ásia e nas Américas.
Nos próximos meses, a OIE estabelecerá um programa de trabalho em colaboração com a FAO, tendo em consideração as iniciativas regionais já existentes.
Em complemento do foco harmonizado entre os países, é essencial a transparência quanto ao aparecimento e evolução dos focos para uma compreensão da epidemiologia da doença orientada para o seu controlo e prevenção. A OIE recordou, aos seus Países Membros, a importância de notificar a presença da doença para atingir um conhecimento completo da sua evolução através do Sistema Mundial de Informação Sanitária, WAHIS. Entre 26 de Abril e 9 de Maio de 2019, 1322 focos estavam em curso e tinham sido assinalados 157 novas notificações à OIE através desta plataforma.
À luz das repercussões sócio-económicas mundiais desta doença, o controlo da PSA reveste-se de uma elevada prioridade mundial, tanto para os países afectados como para os livres da doença. Com esta perspectiva, a OIE instiga os seus Membros para a implementação das suas normas e práticas adequadas para controlar eficazmente a PSA, em especial através de:
- programas de prevenção, detecção precoce, intervenção e políticas compensatórias,
- medidas de biossegurança,
- traçabilidade dos suínos e controlo das suas movimentações,
- controlos oficiais eficazes,
- gestão das populações de suínos silvestres,
- abate de animais de acordo com as regras de bem-estar animal e eliminação sem perigo dos seus produtos contaminados,
- melhoria da colaboração entre as partes interessadas e entre países,
- programas de formação contínua e de sensibilização.
Devido à sua epidemiologia complexa, o controlo da PSA não se pode enfrentar sem uma resposta coordenada dos diferentes sectores implicados. Trata-se, em particular, das autoridades aduaneiras e de controlo fronteiriço,da produção suína, das universidades, dos organismos de gestão florestal, das associações de caçadores, das entidades de turismo e de transporte de animais, para além dos serviços veterinários. A instauração de uma comunicação clara e transparente é essencial para que todos os actores compreendam as tarefas e responsabilidades de que estão incumbidos no momento de aplicar as medidas requeridas.Para tal fim e com a vontade de respaldar os Países Miembros, a OIE arrancou no início de 2019, com uma campanha de sensibilização mundial – A PSA mata os porcos – que inclui múltiplas ferramentas específicas.
Para responder aos desafios mundiais complexos que representa a doença, nos países afectados e indemnes, é necessária a atenção e a acção de todos. Se bem que a PSA seja uma doença sem risco para o Homem, continua a ser devastadora para a economia das produções suínas e das trocas comerciais, com repercussões nos meios de subsistência dos agricultores e na segurança alimentar. Por conseguinte, o seu controlo mundial contribuirá para se atingir os Objectivos de Desenvolvimento Sustentável (ODS), em particular, o Objectivo 1 (fim da pobreza) e 2 (fome zero).
Terça-Feira, 28 de Maio de 2019/ OIE.
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