Segundo o publicado pelo Ministério da Agricultura espanhol, no seu boletim sobre notícias do exterior, a indústria alimentar do Reino Unido exige a redução do uso de antibióticos nas explorações, dada a resistência aos mesmos nas pessoas.
Os investidores britânicos das empresas alimentares e da distribuição estão preocupados pelas consequências que o uso massivo de antibióticos nas explorações pecuárias possa causar para a saúde humana.
Segundo os investidores que suportam o comunicado, o aumento da tomada de consciência dos consumidores pode prejudicar o prestígio das empresas do ramo e afectar as vendas, o que pode prejudicar mais directamente as cadeias de fornecimento, pubs e restaurantes, cujos clientes podem modificar facilmente os seus hábitos de consumo.
A actuação dos investidores dá-se quando o Gabinete de Jornalismo de Investigação Britânica revela um aumento nos casos de infecção por Campylobacter resistentes aos antibióticos. Segundo os dados obtidos, sobre a Lei de Libertdade de Informação, os casos de infecções por campylobacter em humanos, resistentes ao antibiótico ciprofloxacin, alcançaram, em 2015, o nível mais alto da última década. O Campylobacter constitui a causa mais frequente de zoonoses no Reino Unido e a infecção, normalmente leve, causada principalmente pelo consumo de carne não cozinhada, especialmente de aves, pode ser fatal nas crianças e pessoas mais velhas e/ou imuno-deprimidas.
Dos 17.332 casos nos quais foi provada a resistência ao ciprofloxacin em 2015, em cerca de 48% foi detectada algum tipo de resistência, quando este número era 30% há 10 anos atrás.
Os peritos creem que o uso indiscriminado de antibióticos nas explorações pecuárias está directamente ligado ao aumento da resistência aos antibióticos, que se manifesta nos humanos, e alguns responsáveis médicos descrevem-no com um "cenário apocalíptico” no qual as pessoas que são objecto de operações rotineiras acabam por morrer porque os antibióticos são incapazes de actuar contra as infecções. A Organização Mundial de Saúde fala de uma "era pós-antibiótica”.
Os autores do comunicado dizem que por volta de 80% dos antibióticos utilizados nos Estados Unidos, e 45% no caso do Reino Unido, são utilizados nas explorações pecuárias, o que aumenta o risco de provocar a resistência.
O comunicado não se opõe ao uso dos antibióticos para o tratamento das doenças quando eles são necessários, mas criticam a sua utilização irresponsável para a promoção do crescimento e simples prevenção rotineira no caso de animais mantidos em condições não sanitárias.
Quinta-feira, 19 de Maio de 2016/ MAGRAMA/ Espanha.
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