De acordo com dados do Departamento de Agricultura dos Estados Unidos (USDA), em 2020, prevê-se uma redução de 10% na produção mundial de suínos em relação ao ano anterior, principalmente em função do declínio da oferta da China (de expressivos 25%), Filipinas (16%) e Vietname (6%). Por outro lado, espera-se que a produção brasileira cresça 5% de 2019 para 2020. O USDA também estima um aumento de 15% nas exportações brasileiras.
Segundo dados da Secretaria de Comércio Exterior (Secex), o volume de carne de porco brasileira enviado para a China aumentou 60% de 2018 para 2019. O país asiático é o principal parceiro comercial do Brasil nesse mercado, sendo o destino de 33,7% de toda a carne de porco brasileira exportada em 2019.
Outros factores que podem corroborar para um possível aumento no consumo de carne suína são os elevados patamares de preços da carne bovina. Com a cotação dessa principal concorrente em alta, os consumidores tendem a transferir os consumos para outras fontes de proteína animal que apresentem valores mais competitivos.
Apesar das perspectivas, de um modo geral, serem favoráveis para o sector, os diferentes cenários que o mercado de matérias-primas pode assumir preocupam os agentes do mercado. Uma procura internacional incerta e as tensões ou mesmo possíveis acordos comerciais entre a China e os Estados Unidos podem gerar movimentos distintos nos preços dos principais insumos da actividade, milho e farinha de soja.
Além disso, a concentração das exportações brasileiras em países asiáticos também tem gerado apreensões. Ainda que no curto prazo o Brasil tenha beneficiado do contexto da Peste Suína, há o receio de que, a médio prazo, a oferta chinesa de carne se normalize, o que reduziria expressivamente as exportações brasileiras, tendo um impacto negativo em todo o sector.
Segunda-Feira, 20 de Janeiro de 2020 - CEPEA