De acordo com o relatório trimestral do USDA "Pecuária e Aves: Comércio e Mercados Mundiais", espera-se que as importações de carne de porco da China diminuam, mas ainda permaneçam perto de níveis recordes. É improvável que ultrapassem os níveis de 2020 devido ao crescimento da produção doméstica. Em outros lugares, a procura por carne de porco está a melhorar em relação ao ano passado, quando as importações atingiram o nível mais baixo desde 2016 devido ao COVID-19 e à forte procura da China. Os preços mundiais mais baixos da carne de porco devem impulsionar os embarques para mercados sensíveis aos preços.
Produção mundial de carne de porco
Espera-se que a produção mundial de carne de porco aumente 4% em 2021 devido à recuperação da produção nos países afectados pela Peste Suína Africana (PSA) e, em menor medida, à recuperação devido ao impacto da COVID-19.
Na China, a produção deve crescer 9%, já que os produtores estão a reconstruir activamente o efectivo e a aproveitar os altos preços da carne de porco. No entanto, com 41,5 milhões de t, a produção ainda é quase 25% menor do que antes da doença. A recuperação da PSA também está a impulsionar o crescimento da produção no Vietname e nas Filipinas, embora os surtos continuem neste último país, prejudicando os esforços de reconstrução.
Na União Europeia, a produção aumentou ligeiramente em relação aos níveis estáveis do efectivoe ao crescimento da produtividade. Os casos de PSA na população de javalis da Alemanha não deverão afectar diretamente a produção, mas as restrições à exportação levarão a um aumento da oferta de carne de porco alemã num mercado já saturado da UE. Isso, junto com a fraca procura doméstica e a redução na procura da China, deverão reduzir os preços no próximo ano.
No Brasil, a produção deve aumentar quase 4% devido à recuperação do consumo doméstico de carne de porco e à procura de exportação relativamente forte, ajudada pela moeda fraca (real).
Exportações mundiais de carne de porco
Não se pronosticam alterações nas exportações mundiais, com 10,8 milhões de t em 2021. É esperado que a procura mundial de carne de porco recupere da COVID-19 com a melhoria das condições económicas e a reactivação dos sectores da alimentação e da restauração. No entanto, a redução da procura do principal importador, a China, compensará o crescimento do resto do mundo. Depois de um ritmo frenético, em 2020, espera-se que as importações de carne de porco da China caiam 6%, para 4,5 milhões de t, devido à recuperação da produção nacional. Outros importantes importadores de carne de porco, como México, Filipinas, Japão, Coreia do Sul e Estados Unidos, têm previsões mais altas, mas todos estes países juntos representam menos comércio que a China por si só.
Produção e exportações americanas
Espera-se que a produção dos Estados Unidos aumente cerca de 1% em 2021 devido a um ligeiro aumento no abate. Os produtores assinalaram a intenção de reduzir os partos no final de 2020 e no primeiro trimestre de 2021, limitando a oferta de porcos durante grande parte do próximo ano o que, juntamente com pesos de carcaça ligeiramente menores, reduzirá o crescimento da produção. Apesar de um mercado interno relativamente forte, a procura de exportações está a diminuir. As exportações permanecem inalteradas desde 2020 em 3,3 milhões de t, já que a redução na procura chinesa compensou o crescimento de outros mercados, como o México e o Japão.
9 de Outubro de 2020/ USDA/ Estados Unidos.
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