Milho
As importações record de milho por parte da China deverão atingir os 24 milhões de toneladas para 2020/21. O consumo de rações do país continua a aumentar à medida que o seu efectivo de suínos recupera da Peste Suína Africana. Os elevados preços do milho estão a fomentar uma utilização record de trigo e arroz nas rações. Os exportadores norte-americanos reportaram vendas de quase 5,9 milhões de t de milho para a China em Janeiro para entrega e finais de Agosto de 2021. Para 2020/21, as vendas e envios totais dos Estados Unidos para a China atingiram um record de 17,7 milhões de t a finais de Janeiro.
As principais alterações no comércio mundial para 2020/21 incluem maiores exportações de milho previstas para os EUA, Índia e África do Sul. Em 2019/20, as exportações de milho da Argentina e do Brasil aumentam no ano comercial local que termina em Fevereiro de 2021 tendo por base maiores exportações que as esperadas no final da temporada. As importações de milho para 2020/21 aumentam para a China, com reduções compensadas em parte para a UE-27+Reino Unido, Coreia do Sul, Japão, Índia, Arábia Saudita e Turquia.
Trigo
Os fornecimentos mundiais de trigo aumentaram 0,8 milhões de t, para 1073,5 milhões. A produção mundial aumenta para um nível record de 773,4 milhões de t, já que uma maior produção no Cazaquistão compensa com crescimento a menor produção no Paquistão e na Argentina.
Espera-se que o uso de trigo não alimentar (residual e nas rações) por parte da China atinja um record de 30,0 miljões de t em 2021, superando o nível histórico anterior de 2012/13 que foi de 26,0 milhões e aumente mais de 10 milhões em relação ao ano passado devido aos volumes record de adjudicação de trigo nacional e a uma maior produção de alimentos compostos para animais. Os elevados preços domésticos do milho ajudaram a impulsionar estes volumes record de adjudicação, com mais de 12 milhões de t vendidas em Janeiro.
A partir de Dezembro, os preços internos do trigo apresentaram uma tendência abaixo do milho pela primeira vez em mais de 6 anos (segundo o preço médio mensal nacional). As importações de trigo por parte da China aumentam pelo sexto mês consecutivo para 10,0 milhões de t, o nível mais elevado em mais de 25 anos. A França foi o principal fornecedor no primeiro semestre de 2020/21, com preços de desembarque de $270/t em média, mais baixos que os do milho e do trigo nacionais. Esta diferença de preços continua a fomentar um maior uso de trigo nas rações e estimula as importações.
Uma solução a curto prazo
Ainda que o arroz não se utilize muito nas rações devido ao seu preço mais elevado, algumas fábricas de rações na China também estão a começar a utilizá-lo. A recente subida dos preços do milho reduziu a taxa que normalmente o arroz tem. A China disponibilizou recentemente existências mais antigas de arroz das suas reservas estatais a preços baixos, destinadas especificamente para uso nas rações.
Espera-se um aumento do uso de trigo e de arroz nas rações como solução a curto prazo para a forte procura actual, mas não se prevê que persista a longo prazo. Esta situação actual só é viável se o trigo e o arroz se introduzirem no mercado em quantidades suficientemente grandes e com preços bastante mais baixos que o preço do milho. À medida que se reduzam as existências das colheitas mais antigas, é provável que diminua o uso destes dois cereais nas rações.
9 de Fevereiro de 2021/ USDA/ Estados Unidos.
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